Eu amo.
Tenho duas frases preferidas que ilustram:
“A vida é desse caos todo e se não fosse pra amar, eu nem viria.”;
“O amor é o segredo de tudo.”.
E eu amo.
domingo, 14 de setembro de 2025
O amor é o segredo de tudo
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
A despeito de nós
"As coisas são
e tudo floresce a despeito de nós."
Sete Vidas – Pitty
Estive com essa
frase na cabeça há alguns dias, talvez não com a mesma interpretação que a Pitty
quis trazer, mas como uma materialização em palavras de um emaranhado de
pensamentos e sentimentos que ando tendo a respeito de fins, sejam de ciclos ou
de relacionamentos.
Eu sou do time “deu
certo enquanto tinha que dar” e não do time “perdi meu tempo”, pois acredito
que o segundo grupo tende a sofrer mais com os finais, afinal, tudo de bom que
existiu, automaticamente cai por terra e deixa de ter existido – o que para mim
não faz sentido.
Exemplo: em
minha cidade existiram construções que hoje não existem mais, mas elas estão
guardadas em fotografias antigas que meus pais guardam ou em grupos do Facebook
que guardam a memória da cidade; isso quer dizer que, por que não existem mais,
nunca existiram? Não. Logo, quando as coisas acabam, elas não deixam de
existir.
Assim como a
morte. Ela por si só não apaga a existência daquele que partiu, por outro lado,
quem ficou vai passar pelo luto. O luto existe para todas as mortes que enfrentamos,
sejam elas literais ou não.
Andei pensando
em tudo isso porque enfrento mais um fim, inevitavelmente; a vida é cheia
desses momentos. Tento me acalentar pensando que isso já existiu e, então, ainda
existe, mesmo que só em fotografias e dentro do meu coração, talvez não no
coração de quem partiu, figurativamente, nesse caso.
E por que todo
esse sentimento incômodo de perder alguém que se ama e esses pensamentos a
respeito de que a relação continua existindo, em algum lugar desse Universo
(mesmo que seja o meu Universo interno), me fizeram lembrar desse verso dessa
música?
Porque, claro, as
coisas são como eram e como sempre serão, pelo simples fato de um dia já terem
sido; e são a despeito de nós, a despeito da vontade de acreditar que elas
nunca foram, simplesmente porque deixaram de ser, no presente; a despeito do
sentimento de perda de tempo ou de que tudo foi uma mentira. Um dia elas foram.
E foram de verdade.
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Notas
Releio o que
escrevo com inveja e com pesar. Inveja de escrever tão bem quanto eu julgo ter
escrito e pesar por saber que se não escrevo mais, não tenho nada além de mim
mesma a culpar.
Eu comecei
escrevendo para colocar tudo para fora, não me importava quem leria – ou se
alguém leria. Depois, passei a publicar em um blog, com o simples intuito de
ter meus textos organizados, de fácil acesso. Então surgiu a oportunidade de
publicá-los em um livro, tão bem recebido e elogiado.
Depois
disso, parecia o fim. Era como se eu já tivesse cumprido o propósito inicial.
Mas, não seria ele o de apenas colocar tudo para fora? O livro me trouxe uma
sensação de dever cumprido, mas ao mesmo tempo era como se me dissesse:
"Ok, todo mundo já leu o que você quis dizer, e agora?". E eu não
tinha resposta pra essa pergunta.
Agora mesmo,
quando me surgiu a ideia desse texto, busquei por alguns segundos o aplicativo
"Notas" em meu celular, que por anos foi meu melhor amigo. E,
finalizando esse texto, me pego pensando que ele vai ficar esquecido nesse
aplicativo ou, no máximo, organizado na pasta de crônicas em meu notebook. Não
que alguém de fato acessasse aquele blog, mas que fim fúnebre para qualquer
escrito, ser mantido preso pelo próprio autor, sem a menor possibilidade de ser
lido.
Talvez só o
que me falte é trazer novamente a possibilidade de alguém ler, nem que seja eu
mesma, mas por fora dos meus próprios acessos pessoais, on-line.
quarta-feira, 10 de maio de 2023
Silêncio
Hoje eu decidi me calar, ou melhor, a minha voz me calou por mim – engraçado que, em dois dias, farei 29 anos e eu estou em um momento de introspecção, sem vontade de comemorar esse ano; foi quase como se meu corpo tivesse entendido o recado e falado: “Pode deixar, vou te deixar uns diazinhos sem voz e de cama.”. Sou grata por isso, então.
Geralmente
em épocas de aniversários eu fico nostálgica, acho que todos ficamos, não? Mas esse
ano parece que a coisa tá pegando firme aqui dentro. Porque foi um processo tão
visível (para mim mesma, pelo menos) de transformação, dentro desses poucos
anos que se deram dos 20 para cá, que hoje eu não reconheço aquela menina que
eu fui.
Só que eu também
sinto saudades dela – não por inteira, mas de alguns aspectos dela. Da doçura,
misturada com loucura e inconsequência. Ela sentia tudo à flor da pele, eu não.
Ela chorava, sentia raivas desmedidas e tristezas insuportáveis, eu não. Entretanto,
ela não era tão feliz; hoje eu tenho crises de ansiedade de tanta alegria –
chega a ser triste que minha alegria me desencadeie essa resposta, mas é a mais
pura verdade, no fim das contas eu dou risada e abraço essa alegria.
Eu sinto
falta das palavras dela na minha cabeça, da facilidade que ela tinha em fazer um
texto incrível do absoluto nada, ela acordava no meio da noite com ideias de
textos e os fazia em um piscar de olhos! Agora, além de eu demorar meses para
conseguir ter a ideia de algum texto, quando os releio ao final da produção,
sinto que estão todos meia boca – fazer o quê? Vai ver perdi o jeito da coisa,
quando aquela loucura foi embora deve ter levado as inspirações junto.
Mas não me
sinto mais tão triste em não escrever tanto. Em algum momento, há muitos anos,
aquela menina me falou o seguinte: “Você não precisa escrever tudo, pois tudo
já está escrito.”. E eu fiquei em paz com isso. Não é meu papel fazer
descobertas revolucionárias ou escrever os textos mais incríveis a serem lidos,
eu posso me aposentar ou então continuar de forma medíocre, fica a meu
critério.
Como as
escritas sempre foram mais para mim do que para você – que me acompanhou aqui
por tantos anos e hoje já nem lembra que eu escrevia – eu sigo escrevendo, de
tempos em tempos, com a qualidade cada vez mais duvidosa, agradecendo aquela
menina de 20 anos por ter me trazido até aqui de uma forma tão intensa e pura –
para ela, todo o meu amor.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Rato na roda
Querendo voltar para uma jornada fitness, enquanto estava na academia, pensei que tudo na nossa vida é um ciclo de repetições, quase como se fôssemos o rato na roda: acordar, comer, trabalhar, se movimentar, cuidar de si, dormir, e repetir, dia após dia.
Quase como se estivéssemos ensaiando para uma apresentação
de ballet, onde ficamos repetindo os movimentos metodicamente, para atingir a
perfeição. Ensaios, dia após dia, para uma execução de maestria.
Lembrei que fazia muito tempo que não escrevia, me
perguntei: será que ainda levo jeito pra isso? E conclui que, possivelmente,
não. Esse músculo está enferrujado. Enquanto, anos atrás, tudo me trazia
motivos para escrever, hoje tenho dificuldade em organizar um pensamento.
Então, quer dizer que para que sejamos bons em qualquer
coisa que seja, precisamos nos permitir estar naquela roda: repete e repete. Quando
nos damos por vencidos por alguma coisa e deixamos aquilo de lado,
possivelmente essa engrenagem ficará enferrujada e cairá em desuso.
Mas, qual o sentido, então, de fazer tudo para depois fazer
de novo e de novo? Bom, essa resposta eu não posso te trazer com certeza. Mas arrisco
em dizer que provavelmente é para que possamos melhorar e evoluir sempre.
A vida se dá pelo movimento, a evolução ser dá pela
execução. E quanto mais fazemos alguma coisa, dia após dia, semana a pós
semana, mês após mês, ano após ano, mais estaremos adaptados para executar
aquela tarefa com maestria, com naturalidade e familiaridade.
No mais, dentro desse ciclo de repetições, podemos nos
permitir admirar toda e qualquer mudança, singela, mas significativa, pois são
essas pequenas nuances que nos mostram que, de fato, não faz parte de um
repetir, mas sim de um viver o novo constantemente. Mesmas ações, mas nem
sempre o mesmo resultado, muito pelo contrário: a cada dia a vida se mostra a
nós como um presente a ser desembrulhado e admirado, nos seus menores detalhes.