Muitos dizem que só se ama uma vez, outros dizem que o amor
está em tudo. Eu concordo com o segundo grupo. Há um tempo um moço me disse que
não acredita no amor, até hoje me pergunto: o que ele quer da vida, então? Que
sentido há viver, se não pelo amor? Bom, não falo mais com esse sujeito porque
de gente que tem pedra no peito eu quero é distância.
Outro dia fiz a mesma pergunta para outra pessoa e ela deu a
resposta que mais se parece com o que penso: “Sim, mas não acredito que haja
diferença, digo, amamos nossos pais, familiares, amigos e nosso parceiro da
mesma maneira, mas demonstramos esse amor de maneiras diferentes.” Achei lindo
o que ele tem no coração: amor ao próximo, seja quem for.
Sou uma eterna apaixonada: pela vida, pelas coisas, mas
principalmente pelas pessoas. Sendo assim, lógico que tenho historias para
contar, dessas que chorei o suficiente para dizer: “Pra mim já chega!” Mas
nunca chega. Amo o suficiente para me decepcionar um milhão de vezes e amar um
milhão e uma mais.
De qualquer maneira, a resposta desse segundo moço me fez pensar
nas possíveis e infinitas formas de se demonstrar amor. Eu sempre me
perguntava: por que amamos sempre, mas cada vez é diferente? A resposta dele
veio a calhar para eu pensar na minha própria teoria. Teoria essa de que se
cada um de nós é um ser único e diferente de todos os outros, como haveria uma
fórmula universal de amar? Não há.
Alguns, como eu, amam com palavras, outros mais seguros ou,
talvez, fechados, amam com gestos. Os confiantes amam com os dois. Os mais
felizes amam, lógico, com o sorriso. Os religiosos amam através de orações. Os
céticos amam zelando. Os deprimidos amam aos prantos. Os desacreditados podem
amar sem mesmo tomar ciência de que o que sentem é, de fato, amor.
Mas nos magoamos e brigamos porque queremos ver que o amor
das outras pessoas é demostrado exatamente ao nosso modo, não somos donos de
nada além de nós, é egoísmo querer que o próximo ame à sua maneira se você não
souber amar à maneira dele.
O que está faltando é interpretação. Não só eu, como o mundo
inteiro, precisa entender os sentimentos e as mais diversas formas que ele pode
ser expresso. “Você é minha vida.” Pode não significar nada perto de: “Está
tudo bem?” Se a primeira frase sair da boca de alguém que não te quer bem de
verdade e a segunda de alguém que arriscaria a própria vida por você.