quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Formas de amar


Muitos dizem que só se ama uma vez, outros dizem que o amor está em tudo. Eu concordo com o segundo grupo. Há um tempo um moço me disse que não acredita no amor, até hoje me pergunto: o que ele quer da vida, então? Que sentido há viver, se não pelo amor? Bom, não falo mais com esse sujeito porque de gente que tem pedra no peito eu quero é distância.

Outro dia fiz a mesma pergunta para outra pessoa e ela deu a resposta que mais se parece com o que penso: “Sim, mas não acredito que haja diferença, digo, amamos nossos pais, familiares, amigos e nosso parceiro da mesma maneira, mas demonstramos esse amor de maneiras diferentes.” Achei lindo o que ele tem no coração: amor ao próximo, seja quem for.

Sou uma eterna apaixonada: pela vida, pelas coisas, mas principalmente pelas pessoas. Sendo assim, lógico que tenho historias para contar, dessas que chorei o suficiente para dizer: “Pra mim já chega!” Mas nunca chega. Amo o suficiente para me decepcionar um milhão de vezes e amar um milhão e uma mais.

De qualquer maneira, a resposta desse segundo moço me fez pensar nas possíveis e infinitas formas de se demonstrar amor. Eu sempre me perguntava: por que amamos sempre, mas cada vez é diferente? A resposta dele veio a calhar para eu pensar na minha própria teoria. Teoria essa de que se cada um de nós é um ser único e diferente de todos os outros, como haveria uma fórmula universal de amar? Não há.

Alguns, como eu, amam com palavras, outros mais seguros ou, talvez, fechados, amam com gestos. Os confiantes amam com os dois. Os mais felizes amam, lógico, com o sorriso. Os religiosos amam através de orações. Os céticos amam zelando. Os deprimidos amam aos prantos. Os desacreditados podem amar sem mesmo tomar ciência de que o que sentem é, de fato, amor.

Mas nos magoamos e brigamos porque queremos ver que o amor das outras pessoas é demostrado exatamente ao nosso modo, não somos donos de nada além de nós, é egoísmo querer que o próximo ame à sua maneira se você não souber amar à maneira dele.

O que está faltando é interpretação. Não só eu, como o mundo inteiro, precisa entender os sentimentos e as mais diversas formas que ele pode ser expresso. “Você é minha vida.” Pode não significar nada perto de: “Está tudo bem?” Se a primeira frase sair da boca de alguém que não te quer bem de verdade e a segunda de alguém que arriscaria a própria vida por você.