Querendo voltar para uma jornada fitness, enquanto estava na academia, pensei que tudo na nossa vida é um ciclo de repetições, quase como se fôssemos o rato na roda: acordar, comer, trabalhar, se movimentar, cuidar de si, dormir, e repetir, dia após dia.
Quase como se estivéssemos ensaiando para uma apresentação
de ballet, onde ficamos repetindo os movimentos metodicamente, para atingir a
perfeição. Ensaios, dia após dia, para uma execução de maestria.
Lembrei que fazia muito tempo que não escrevia, me
perguntei: será que ainda levo jeito pra isso? E conclui que, possivelmente,
não. Esse músculo está enferrujado. Enquanto, anos atrás, tudo me trazia
motivos para escrever, hoje tenho dificuldade em organizar um pensamento.
Então, quer dizer que para que sejamos bons em qualquer
coisa que seja, precisamos nos permitir estar naquela roda: repete e repete. Quando
nos damos por vencidos por alguma coisa e deixamos aquilo de lado,
possivelmente essa engrenagem ficará enferrujada e cairá em desuso.
Mas, qual o sentido, então, de fazer tudo para depois fazer
de novo e de novo? Bom, essa resposta eu não posso te trazer com certeza. Mas arrisco
em dizer que provavelmente é para que possamos melhorar e evoluir sempre.
A vida se dá pelo movimento, a evolução ser dá pela
execução. E quanto mais fazemos alguma coisa, dia após dia, semana a pós
semana, mês após mês, ano após ano, mais estaremos adaptados para executar
aquela tarefa com maestria, com naturalidade e familiaridade.
No mais, dentro desse ciclo de repetições, podemos nos
permitir admirar toda e qualquer mudança, singela, mas significativa, pois são
essas pequenas nuances que nos mostram que, de fato, não faz parte de um
repetir, mas sim de um viver o novo constantemente. Mesmas ações, mas nem
sempre o mesmo resultado, muito pelo contrário: a cada dia a vida se mostra a
nós como um presente a ser desembrulhado e admirado, nos seus menores detalhes.