segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Rato na roda

Querendo voltar para uma jornada fitness, enquanto estava na academia, pensei que tudo na nossa vida é um ciclo de repetições, quase como se fôssemos o rato na roda: acordar, comer, trabalhar, se movimentar, cuidar de si, dormir, e repetir, dia após dia.

Quase como se estivéssemos ensaiando para uma apresentação de ballet, onde ficamos repetindo os movimentos metodicamente, para atingir a perfeição. Ensaios, dia após dia, para uma execução de maestria.

Lembrei que fazia muito tempo que não escrevia, me perguntei: será que ainda levo jeito pra isso? E conclui que, possivelmente, não. Esse músculo está enferrujado. Enquanto, anos atrás, tudo me trazia motivos para escrever, hoje tenho dificuldade em organizar um pensamento.

Então, quer dizer que para que sejamos bons em qualquer coisa que seja, precisamos nos permitir estar naquela roda: repete e repete. Quando nos damos por vencidos por alguma coisa e deixamos aquilo de lado, possivelmente essa engrenagem ficará enferrujada e cairá em desuso.

Mas, qual o sentido, então, de fazer tudo para depois fazer de novo e de novo? Bom, essa resposta eu não posso te trazer com certeza. Mas arrisco em dizer que provavelmente é para que possamos melhorar e evoluir sempre.

A vida se dá pelo movimento, a evolução ser dá pela execução. E quanto mais fazemos alguma coisa, dia após dia, semana a pós semana, mês após mês, ano após ano, mais estaremos adaptados para executar aquela tarefa com maestria, com naturalidade e familiaridade.

No mais, dentro desse ciclo de repetições, podemos nos permitir admirar toda e qualquer mudança, singela, mas significativa, pois são essas pequenas nuances que nos mostram que, de fato, não faz parte de um repetir, mas sim de um viver o novo constantemente. Mesmas ações, mas nem sempre o mesmo resultado, muito pelo contrário: a cada dia a vida se mostra a nós como um presente a ser desembrulhado e admirado, nos seus menores detalhes.