Estava pensando sobre o amor.
Em uma conversa entre amigos, falávamos sobre os signos que
são apegados e os que são tachados de "sem coração"; quando eu,
taurina, comentei a respeito da minha experiência com um aquariano.
Na conversa, discutíamos acerca de como lidar com as
amizades com pessoas do sexo oposto, sair ou não sem o companheiro em uma
sexta-feira à noite, entre outras coisas. Comentei que, quando namorava, não existia
isso de "você não pode", ou "você não vai". Estávamos
juntos sem deixar de estarmos livres.
Um amigo – capricorniano – brincando disse que eu poderia
ministrar palestras às mulheres, para elas entenderem o que levei meses para
entender sobre amor e liberdade. Contei-lhe que aquilo foi um aprendizado e
tanto e que, a partir de agora, é pré-requisito indispensável para um relacionamento
futuro.
Comentamos, também, sobre homens que namoram, mas se veem
"obrigados" a conversar com amigas mulheres às escondidas, para
evitar brigas. Mal sabem suas namoradas que eles eram amigos dessas mulheres antes
de se tornarem seus namorados; e, além disso, quanto mais proibimos, mais
chances damos ao outro de mentir para nós.
Quando meu ex-namorado, aquariano, falava sobre alguma
amiga, ou quando eu – taurina – falava de algum amigo, era tão normal como
quando discutíamos o sabor da pizza que iríamos pedir ou escolhíamos o que
assistir no Netflix. E, devido a essas reflexões me vi, mais uma vez, pensando
sobre o amor.
Antes de tudo, amar não é sinônimo de estar junto a alguém.
Conhecemos muitos casais que sobrevivem de aparências e por comodidade, o que
nada tem de bonito. Conhecemos, também, tantas outras pessoas que se amam o suficiente
para estarem juntos, mas não estão.
Certa vez me disseram: "Amar é querer estar o tempo
todo juntos, não só quando se quer." Juro que, na ocasião, ri da
contradição do meu colega, afinal ele mesmo assumiu que, no fim das contas,
estar junto é uma questão de querer. Disse-lhe que o fato de uma pessoa querer
estar sozinha um dia, uma semana – ou o tempo que for – não anula o amor dela
por outrem.
Refleti sobre o amor pois, quando mais nova, pensava da
mesma forma que esse colega; que vinte e quatro horas por dia, sete dias por
semana, não é suficiente quando a gente ama. Porém, com o tempo, compreendi que
isso nada mais é do que falta de amor e interesse em si próprio, revelando o medo
da solidão que existe em toda e qualquer pessoa.