quinta-feira, 29 de junho de 2017

Realização profissional x pessoal

Ultimamente participei ativa e também  indiretamente sobre conversas com os temas: "O que você quer para o seu futuro?"; "Trabalhe com aquilo que ama e não terá de trabalhar." E, ainda: "Corra atrás dos seus objetivos a longo prazo." E todos esses assuntos me fizeram pensar, em círculos.

No meio dessas conversas eu ouvi de alguém: "Meu objetivo é ser feliz." Fiquei com inveja de um objetivo desse em pleno século XXI e não me contive em prestar atenção na conversa. Quando questionado sobre carreira e bens materiais esse mesmo alguém respondeu: "Você não é sua carreira nem o que você tem; você é feliz?" Eu, ouvinte, a moça, ativa na conversa, entramos em conflito existencial, tenho certeza.

Houve um tempo em que eu tinha um salário razoavelmente bom para minha idade, muitos compromissos e estresses  desnecessários para a minha vida pessoal  e muita, muita coisa nova no meu guarda roupa ao final de cada mês. Confesso que chorei por conta do trabalho e não consegui dormir; desejei um final de semana só para mim, com nada para fazer.

Três anos depois eu consegui o que queria  graças à crise  e sinto falta daquele salário razoavelmente bom e roupas que nunca serão usadas. Confesso que dormi, descansei, saí, matei saudades porque eu tive tempo livre, voltei até a ser bastante criativa e nunca mais chorei por estresse - de terceiros.

Me vem à mente, ainda, aquele famoso ditado: "Quem tem tempo e disposição, não tem dinheiro; quem tem dinheiro e disposição, não tem tempo; quem tem tempo e dinheiro, não tem disposição." E parece que, de fato, nunca estamos completamente satisfeitos, é necessário abrir mão de algumas coisas para buscar outras maiores.

Mas, o que são essas coisas maiores? Paro para pensar em realização pessoal e vejo como tantas pessoas a confundem com realização profissional, status, dinheiro. Ter trás uma falsa sensação de alegria que muita gente se esquece que ser é o mais importante, passando, assim, grande ou toda parte de sua vida correndo atrás de preencher a conta bancária, em vez da alma.

Com esse tempo de folga percebi o que andei fazendo errado, podendo assim recomeçar da maneira certa. Seguir o objetivo daquele alguém que eu ouvi certo dia: "Ser feliz." Sem precisar me importar com o que falam e impõem por aí, afinal, o principal objetivo de vida é a felicidade. E eu? Bom, vou correr atrás da minha.