quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pertencer


Mania feia que a gente tem de achar que somos donos de tudo. Donos do mundo, dos nossos sentimentos, mal somos donos do que de fato nos pertence, quem dirá do resto. Resto maior são as pessoas. Esse é o mal que prevalece, achar que somos dono do outro.
A gente sempre escuta que a mãe cria o filho para o mundo, mas até parece que ela pensa assim quando a gente começa a voar, é difícil não achar que não é nosso. Mas só o amor é nosso, o outro não. O amor que sentimos e que nos é sentido, e só.

Essa historia de que o que é nosso volta tem um bom fundamento, mas não que seja nosso. Mas de verdade, a gente fica perto de quem sente como a gente, quem fala a nossa língua, quem interpreta o que o nosso corpo fala, perto, mais ainda, de quem lê a gente quase sem falhas, que nos descreve perfeitamente.


Não diz que o outro não vai, não pode, não faz, ninguém compra ninguém em loja. A gente não é feito sob medita nem pra si próprio, quem dirá pra um estranho que trombou contigo por aí e te fez amar, amar é se dar ao outro sem que o outro prenda, sabe?


Amar, compartilhar, se doar, mas não ter. Ter não pertence ao amor. Ficar pertence, voltar, acampar no outro até, mas possuir jamais. Se alguém fica, chora de alegria, agradece a Deus, sorria, se imagina gigante nesse mundo porque você é bom pra alguém.