Releio o que
escrevo com inveja e com pesar. Inveja de escrever tão bem quanto eu julgo ter
escrito e pesar por saber que se não escrevo mais, não tenho nada além de mim
mesma a culpar.
Eu comecei
escrevendo para colocar tudo para fora, não me importava quem leria – ou se
alguém leria. Depois, passei a publicar em um blog, com o simples intuito de
ter meus textos organizados, de fácil acesso. Então surgiu a oportunidade de
publicá-los em um livro, tão bem recebido e elogiado.
Depois
disso, parecia o fim. Era como se eu já tivesse cumprido o propósito inicial.
Mas, não seria ele o de apenas colocar tudo para fora? O livro me trouxe uma
sensação de dever cumprido, mas ao mesmo tempo era como se me dissesse:
"Ok, todo mundo já leu o que você quis dizer, e agora?". E eu não
tinha resposta pra essa pergunta.
Agora mesmo,
quando me surgiu a ideia desse texto, busquei por alguns segundos o aplicativo
"Notas" em meu celular, que por anos foi meu melhor amigo. E,
finalizando esse texto, me pego pensando que ele vai ficar esquecido nesse
aplicativo ou, no máximo, organizado na pasta de crônicas em meu notebook. Não
que alguém de fato acessasse aquele blog, mas que fim fúnebre para qualquer
escrito, ser mantido preso pelo próprio autor, sem a menor possibilidade de ser
lido.
Talvez só o
que me falte é trazer novamente a possibilidade de alguém ler, nem que seja eu
mesma, mas por fora dos meus próprios acessos pessoais, on-line.
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Notas
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